sábado, 27 de julho de 2013

CO2 caseiro


Fazendo CO2 caseiro

ALERTA: O uso de CO2 em condições normais não oferece riscos, pois nas doses corretas a liberação de gás CO2 é pequena (tendo em vista que deve ser suficiente apenas para acidificar levemente a água, e não interferir no nível de oxigênio do aquário), mas, como sempre pode haver pessoas incautas ou afoitas em fazer com que a produção de gás "BOMBE" para aumentar o rendimento sem levar em conta o resultado da reação química ocorre espontaneamente a partir das doses dos componentes usados, o que pode causar se houver entupimentos de saída ou mangueira e pode resultar em EXPLOSÃO da garrafa, ou até vazamento para o ar ambiente. Portanto pedimos que as dosagens sejam seguidas, e periódicas inspeções sobre possíveis entupimentos sejam realizadas, para se evitar acidentes desagradáveis. PORTANTO USAR COM CUIDADO.

O CO2 é um gás que é absorvido pela planta, por via foliar, e serve para fornecer Carbono, que é um dos principais componentes dos vegetais. Na água ele promove uma acidificação maior ou menor, dependendo da dose fornecida. Na sua falta, principalmente as plantas essencialmente aquáticas, se em grande quantidade, passam a obtê-lo dos bicarbonatos em dissolução, provocando uma alcalinização da água, por liberação de íons hidroxila. Além do mais para que haja o crescimento, as plantas aquáticas necessitam realizar a fotossíntese, um processo que ocorre sob a ação da luz. Presumindo que exista um solo rico em nutrientes, luz suficiente e uma temperatura adequada o fator que limita normalmente o crescimento luxuriante é a falta em abundância do dióxido de carbono (CO2) dissolvido na água. No seu meio natural, as plantas encontram CO2 dissolvido na água dos rios e lagos, porém em aquários, a sua quantidade não é suficiente para a formação de vegetação luxuriante, o que sempre procuramos em um aquário plantado. A solução é aumentar esse nível de CO2 fornecendo artificialmente, o que basicamente é conseguido apenas pondo em contato esse gás com a água (difusão). Encontramos diversos sistemas de difusão à venda nas lojas de aquário, porém, devido ao alto custo, muitas vezes não estão ao alcance de muitos hobbystas. Existe uma solução caseira barata para o problema, que consiste em obter dióxido de carbono através da fermentação do açúcar dentro de uma garrafa o chamado injetor de gás carbônico caseiro.

Apenas lembrando que a maioria (95%) das plantas dispensam o uso do CO2 para que se mantenham crescendo e estáveis - em meus aquários raramente uso CO2 e mesmo assim as plantas crescem e se desenvolvem claro que não com a rapidez que se estivessem sob ação do CO2, mas acho isso uma vantagem pois diminui em muito a necessidade de que se efetuem podas- apenas adiciono CO2 a aquários em que uso as raras plantas que o exigem, as quais não passam de 5% das plantas usadas em aquarismo.

Vejamos através deste passo a passo como implementar um sistema eficiente de CO2 caseiro:

Lembrando que o fermento de padaria que se usa é uma levedura (Saccharomyces cerevisiae) que ao utilizar o açúcar o converte em dióxido de carbono (CO2) e álcool etílico (etanol), e é por aumento da pressão interna dentro da garrafa que ele é expelido e vence até a pressão hidrostática da coluna de água do aquário....portanto nunca feche a saída do gás, tentando regular as quantidade de bolhas como se faz no proceso que usa CO2 em cilindros, sob risco IMINENTE de EXPLOSÃO.

Material necessário:

1 garrafa de refrigerante PET de 2,5 litros
1 garrafa de refrigerante PET de 1 litro
2 metros de mangueirinha do tipo usado em compressores de ar de aquário.
1 tubinho de cola acrílica do tipo "Super Bonder"
1 tesourinha de unha
fermento biológico fresco (*)ver quantidade
1 colher de chá de bicarbonato de sódio
500g de açúcar branco cristal.

(*) QUANTIDADE - Para que o CO2 caseiro utilizado não cause mais mal que prejuízos (sempre causado por excesso na produção do gás) devemos sempre ao preparar as garrafadas usar de início apenas 1g de fermento para cada 50 litros de água do aquário (e um aviso aos que tem pressa de ver o CO2 bombando...aqui demora um pouco....mas é seguro pois vai mudando o pH aos poucos) e devemos ir acompanhando a descida do pH....e caso depois de 10 dias o pH ainda esteja acima do que desejamos, podemos então preparar para colocar outra garrafada com 15 a 20 dias depois da 1ª com talvez 2 g de fermento para 50litros de água, assim ela vai aumentando a produção a medida que a anterior vai decaindo de produção..e assim progressivamente vamos tentando aos poucos ajustar a dose de fermento ao pH desejado, e trabalhando com 2 garrafadas ao mesmo tempo, é mais fácil manter um nível mais constante de variação. Quanto mais fermento se usa mais rapidamente o açúcar é convertido em álcool e menos tempo dura a garrafada, sem falar que maiores também são os riscos de se "cozinhar" plantas e peixes em pH excessivamente baixo. Uma garrafada com 1 g dura até 2 a 3 meses produzindo CO2, ao passo que com 10 g dificilmente dura mais de 15 a 20 dias. Mesmo em aquários contendo peixes que pedem pH ácido, evitar manter menos que 6.6, pois essa medida fica confortável a esse tipo de peixe e ainda sobra uma margem de segurança para o caso do pH por algum motivo baixar mais que isso, sem colocar em risco todo sistema.

Veja no diagrama a seguir como funciona:


Devemos colocar numa jarra grande as 500g de açúcar, o fermento e uma colher de chá de bicarbonato de sódio. Ponha então na jarra 2 litros de água morna e mexa vigorosamente até que tudo esteja misturado, inclusive o tablete de fermento que se dissolve melhor na água quando se aperta e esfrega entre os dedos. Essa mistura logo irá começar a liberar CO2 e deve ser colocada na garrafa PET de 2,5l. A segunda garrafa contem apenas água e serve para que caso haja algum acidente, a mistura fermentada não entre em contato com a água do aquário. Serve também para que se possa contar as bolhas e fazer um calculo da taxa de liberação de CO2. Para que haja a difusão, as bolhas do gás tem que ficar a maior quantidade de tempo possível em contato com a água. No caso do nosso difusor, aconselhamos utilizar uma pedra porosa que aumenta a área de contato do gás com a água, promovendo a máxima taxa de difusão. Podem ser usados também outros métodos de difusão, como por exemplo ligar-se a mangueira à entrada do filtro externo ou usando um difusor do tipo "zigue-zague" que aumenta o tempo de contato das bolhas com a água do aquário.

Dica importante: evitar deixar as garrafas no mesmo nível ou abaixo do nível do aquário, pois pode acontecer de que por diminuição da fermentação a água do aquário retorne a garrafa. Deixar sempre em nível mais alto.

COMO MONTAR O APARATO:

Material necessário:
-
2 garrafas de refrigerante PET, sendo uma de 2,5l e uma de 1l.
-Mangueirinha
-Cola acrílica do tipo "Super Bonder"
-Tesourinha de unha


Deverá ser feito um furo em uma das tampas com a tesourinha de unha. Não retire a película de borracha que fica pelo lado de dentro da tampa, uma vez que sem ela o CO2 vazará e não conseguirá atingir a pressão necessária dentro da garrafa. Perfure a tampa e vá girando e introduzindo a tesourinha até que se faça um orifício em que a mangueirinha possa passar apertado.


Encaixe a mangueirinha 1cm através do furo e aplique a cola na junção da mangueira e a tampa. Faça o mesmo pelo lado de dentro da tampa.



Faça dois furos na outra tampa pelo mesmo processo anterior



Em um dos furos cole pelo mesmo processo anterior a mangueirinha que vem da outra tampa, só que dessa vez ao invés de introduzir a mangueira apenas 1cm, introduza cerca de 15cm. No outro furo deverá ser colada uma outra mangueirinha de uns 1,5m que será a mangueira que levará o CO2 para dentro do aquário. Cole pelo mesmo processo introduzindo a outra mangueirinha, apenas 1cm. Abaixo veja como deverá ficar a "peça" após a colagem:
 
 



Na ponta da mangueira que se dirige ao aquário coloque um daqueles registros de ar de mangueirinha para que possamos dosar a quantidade de CO2 que entra no aquário, dado que a pressão dentro da garrafa será muito maior nos primeiros dias, depois diminuindo e talvez precisemos controlar. Esse efeito que ocorre nos primeiros dias pode abaixar o Ph do aquário perigosamente, por isso colocamos as torneirinhas, para desprezar parte do CO2 que sai sob pressão da garrafa de acordo com a nossa vontade. Mas usando pouco fermento o risco de excessos fica praticamente reduzido a zero.


 
 
 
 
 
 
 
 
 
Veja o aspecto final da montagem já com o material para fermentação no interior da garrafa:




Existem diversos tipos de difusores úteis para aumentar o volume da difusão. O mais comum é que se conecte no final da mangueirinha uma pedra porosa. Pode-se utilizar também um difusor que se encontra em lojas do ramo, do tipo que faz um zigue-zague com as bolhas, para aumentar o tempo de contato das bolhas com a água (difusão) até que elas cheguem à superfície.





Este sistema dura em torno de 3 a 7 semanas ocasião em que é necessário desprezar a solução antiga que terá um forte cheiro alcoólico e colocar uma solução nova.

Devemos regular a frequência com que sai o gás carbônico para que se atinja um nível entre 20 e 40 mg/l, suficiente para um ótimo crescimento das plantas e seguro para os peixes que habitam o aquário. É possível saber a quanto anda essa concentração na água do aquário analisando-se a relação entre o valor da Dureza de carbonatos (dKH) e o Ph da água, informações que podem ser facilmente obtidas através de testes encontrados em lojas de aquário. A tabela a seguir nos fornece essa relação:

Muito baixo Baixo Suficiente Alto Perigoso

Dureza de Carbonatos (dKH)
Ph
1
2
4
6
8
10
15
20
8,0
0
1
1
2
2
3
4
6
7,9
0
1
1
2
3
4
5
7
7,8
0
1
2
3
4
4
7
9
7,7
1
1
2
3
4
6
8
11
7,6
1
1
3
4
6
7
11
14
7,5
1
2
4
5
7
9
13
18
7,4
1
2
4
7
9
11
17
22
7,3
1
3
6
8
11
14
21
28
7,2
2
4
7
11
14
18
27
36
7,1
2
4
9
13
18
22
34
45
7,0
3
6
11
17
23
28
42
56
6,9
4
7
14
21
28
35
53
71
6,8
4
9
18
27
36
45
67
89
6,7
6
11
22
34
45
56
84
112
6,6
7
14
28
42
57
71
106
141
6,5
9
18
36
53
71
89
133
178
6,4
11
22
45
67
90
112
168
224
6,3
14
28
56
85
113
141
212
282
6,2
18
36
71
107
142
178
266
355
6,1
22
45
89
134
179
224
335
447
6,0
28
56
113
169
225
281
422
563
5,9
35
71
142
213
283
354
531
709
5,8
45
89
178
268
357
446
669
892
5,7
56
112
225
337
449
562
842
1123
5,6
71
141
283
424
566
707
1060
1414
5,5
89
178
356
534
712
890
1335
1780
5,4
112
224
448
672
896
1120
1681
2241
5,3
141
282
564
846
1128
1411
2116
2821
5,2
178
355
710
1065
1421
1776
2664
3552
5,1
224
447
894
1341
1788
2236
3353
4471

Tomando como exemplo: se encontrarmos o Ph da água em 6,8 e ao medir a dureza de carbonatos (dKH) encontramos o valor 6, então pela tabela, a concentração de CO2 na água é de 27 mg/l, um valor que pode ser qualificado como ideal.

 

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